PRIORIZANDO A PREVENÇÃO PARA ACELERAR O COMBATE AO HIV E SIDA!

Uma Perspectiva para o Aleitamento Materno

A Campanha Mundial da Luta contra a SIDA 2017 reivindica o direito à saúde para todos os que vivem com HIV, independente da cultura, gênero, idade, classe social e crença. Isso inclui o direito de todos os que vivem e são afetados pelo HIV, a prevenção e tratamento da saúde, a tomar decisão sobre sua própria saúde e a serem tratados com respeito e dignidade sem discriminação. 1 O direito a saúde depende da justiça social, do saneamento básico, do ambiente limpo e do acesso a profissionais qualificados; direitos estes, que fazem parte dos Objectivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Além disso, a Campanha Mundial da Luta contra a SIDA 2017 visa aumentar a visibilidade sobre a necessidade de todos terem boa saúde, em qualquer lugar e momento.

Considerando que 52% de todas as pessoas infectadas pelo HIV são mulheres,2 a WABA chama atenção  para a importância da proteção, promoção e apoio ao aleitamento materno ideal como uma forma de garantir os direitos das mulheres.3

Priorizando a prevenção para acelerar o combate ao HIV e SIDA  

Hoje em dia, a desigualdade de gênero impulsiona a epidemia do HIV nos países de alta prevalência e incidência do HIV.2 Muitas mulheres são impedidas de estudar, trabalhar fora de casa e de ter acesso à assistência médica, o que compromete significativamente o acesso ao diagnóstico e tratamento do HIV. Muitas dessas mulheres também não recebem apoio para amamentar.

WABA preconiza que políticas e programas eficazes possam empoderar meninas e mulheres, através da inclusão da participação de meninos e homens em intervenções comportamentais e estruturais, para reduzir a vulnerabilidade do sexo feminino ao HIV.

A WABA chama atenção para as evidências dos benefícios do aleitamento materno4 como o principal recurso para promover a saúde e a sobrevivência infantil e reforça que o apoio à amamentação poderá contribuir para alcançar os ODS até 2030.5,6

 

 Minha saúde, meu direito a amamentar

Actualmente, recomenda-se que as mulheres diagnosticadas positivas para o HIV iniciem o tratamento antiretroviral (TARV) o mais cedo possível, 7,8 e que continuem com boa adesão ao tratamento continuando por toda vida. Todavia, não deve haver restrição quanto à duração da amamentação.

Assim, as mulheres sob ART são recomendadas, de acordo com as recomendações para a população em geral, a amamentar exclusivamente durante os primeiros seis meses de vida da criança, seguido de amamentação contínua com alimentos complementares adequados por dois anos ou mais.9

ACTUE LOCALMENTE PARA CRIAR UMA CORRENTE CALOROSA PARA PROTEGER, PROMOVER E APOIAR A AMAMENTAÇÃO ENTRE AS MULHERES COM HIV

Identificar ACÇÕES para promover, proteger e apoiar a amamentação no contexto do HIV, de acordo com a política do seu país (por exemplo, produzir um mapeamento comunitário para estender a assistência de saúde necessária às mulheres que vivem com o HIV):10

Garanta que todas as mulheres gestantes

  • sejam testadas e recebam diagnóstico rápido para o HIV,
  • iniciem o TARV  para toda a vida (opção B+) o mais rápido possível, pelo menos 13 semanas antes do parto, 7
  • em áreas com alta incidência e prevalência do HIV, caso as mulheres testadas sejam negativas para o HIV, essas serão retestadas após 3 meses.7 

 

Garanta que todas as mulheres com HIV durante o parto e nascimento tenham

  • tratamento respeitoso com o direito de ter acompanhante na instituição de saúde,11
  • assitência de um professional qualificado,
  • contacto pele a pele com o bebê imediatamente após o nascimento e recebam assistência para iniciar a amamentação até 1 hora após o nascimento.5

Garanta que todas as mulheres com HIV e seus recém-nascidos em alojamento conjunto tenham

  • apoio próximo e continuo para estabelecer a amamentação,
  • orientação no momento da alta para buscar apoio quanto a aderência ao TARV para toda a vida (opção B+) e a profilaxia ARV para o bebê (por exemplo, o uso de Nevirapina de 4 a 6 semanas), apoio à amamentação (por exemplo, através dos grupos de mães, como as “Mães Modelo” na comunidade), apoio para o bebê ser testado para HIV e encaminhamento ao serviço de planejamento familiar na comunidade.

Garanta a todas as mulheres com HIV e suas crianças na comunidade  

  • apoio próximo e contínuo para receberem TARV e para os bebés receberem a profilaxia ARV, com acompanhamento adequado e retenção ao tratamento.7
  • testagem para o HIV, por exemplo, os bebés sejam testados ao nascimento, com 6 semanas, 6 meses e 18 meses de idade. 7
  • apoio à amamentação exclusiva durante seis meses e continuação da amamentação com alimentos complementares adequados durante 2 anos ou mais, 5
  • testagem para o HIV das mulheres lactantes não infectadas durante o período de amamentação.7

Ao criar esta corrente calorosa de apoio através de um cuidado contínuo, é possível garantir as mulheres que vivem com HIV o direito à saúde bem como também serem apoiadas para amamentar.

 


Referéncias

  1. UNAIDS. World AIDS Day 1 December 2017 – My health, my right.Geneva: UNAIDS. http://www.unaids.org/en/resources/documents/2017/myhealth-myright(acessado 9 Nov 2017).

  2. UNITED NATIONS. Report of the Executive Director of the joint United Nations Programme on HIV/AIDS; http://reliefweb.int/sites/reliefweb.int/files/resources/N1502403.pdf (acessado 9 Nov 2017).
  1. WABA. What women needs to know about breastfeeding in the HIV context; 2016. http://waba.org.my/archive/wp-content/uploads/2016/11/What-women-need-to-know-about-breastfeeding-in-the-HIV-context-30-Nov.pdf(acessado 14 Nov 2017).
  1. The Lancet Breastfeeding Series; 2016. http://www.thelancet.com/series/breastfeeding(acessado 14 Nov 2017).
  1. WABA. English Action Folder;2017. http://worldbreastfeedingweek.org/pdf/wbw2017-af-eng.pdf (acesado 15 Nov 2017).
  1. WABA. English Action Folder Insert;2017. http://worldbreastfeedingweek.org/pdf/wbw2017-af-i-eng.pdf(acessado 15 Nov 2017).

  2. WHO. Consolidate Guidelines on The Use of Antiretroviral Drugs for Treating and Preventing HIV Infection – Recommendations for a Public Health Approach. Geneva: World Health Organization;2016.http://www.who.int/hiv/pub/arv/arv-2016/en/ (accessado 15 Nov 2017).

  3. Chibwesha CJ, Giganti MJ, Putta N, Chintu N, Mulindwa J, Dorton BJet al. Optimal Time on HAART for Prevention of Mother-to-Child Transmission of HIV. J Acquir Immune Defic Syndr2011; 58(2):224-8. doi: 10.1097/QAI.0b013e318229147e.

  4. WHO. WHO Guideline Updates on HIV and Infant Feeding. Geneva: World Health Organization; 2016.http://apps.who.int/iris/bitstream/10665/246260/1/9789241549707-eng.pdf?ua=1(acessado 14 Nov 2017).

  5. PATA, PACF. Clinic-Community Collaboration Toolkit: Working together to improve PMTCT and paediatric HIV treatment, care and support; 2017. http://teampata.org/wp-content/uploads/2017/11/C3-Tookit_WEB.compressed.pdf(acessado 15 Nov 2017).

  6. WHO. Monitoring Framework – Quality, Equity, Dignity. A WHO Network for Improving Quality of Care for Maternal and Child Health; 2016. http://www.qualityofcarenetwork.org/sites/default/files/A%20monitoring%20and%20evaluation%20framework_0.pdf(acessado 11 Abril 2017).

 

 

 

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